Empolgada para realizar o POSCOMP, Ana resolveu pesquisar na internet algum material para estudar para o exame. Na pesquisa, acabou encontrando um ebook com questões resolvidas na Cyberini Store, uma loja online especializada em livros de informática. Entretanto, ela não tinha limite no seu cartão de crédito para realizar a compra. Ana ficou muito triste, pois era o seu sonho fazer o POSCOMP.
No dia seguinte, ela pediu emprestado o cartão de crédito do seu pai para finalmente realizar a compra. Ao acessar a Cyberini Store, o ebook com questões resolvidas do POSCOMP "magicamente" estava numa lista de recomendações de produtos na página inicial da loja.
Como isso é possível?
A resposta é simples: o site da Cyberini Store armazenou um cookie no computador de Ana registrando o produto que ela havia acessado. Então, quando ela acessou a loja novamente, o site leu o cookie, viu que ela visitou a página do ebook e colocou o produto na lista de recomendações.
O que são cookies?
Os cookies são basicamente um meio de armazenar informações de uma visita a um site no dispositivo do visitante. Através dessas informações, o site pode oferecer conteúdos personalizados para o visitante numa próxima visita. Dessa forma, é possível aprimorar a experiência de cada pessoa individualmente.
Caso o visitante apague os dados em cache do seu navegador, os cookies são eliminados. Se a Ana tivesse feito isso antes de acessar a Cyberini Store pela segunda vez, não haveria uma lista de recomendações, pois o cookie com o registro da visita não seria encontrado.
As informações dos cookies são armazenadas na forma de um pequeno texto e é possível visualizar o conteúdo deles em alguns navegadores.
Abolição dos cookies?
Mas por que estou escrevendo isso? Alguns dias atrás, li algumas notícias e artigos a respeito das novas regras de privacidade da União Europeia (GDPR). Numa dessas regras, o usuário deve dar o seu consentimento para o uso de cookies.
Mas o que realmente me surpreendeu foi que alguns acreditam que o uso desse recurso deveria ser abolido. Aparentemente, toda essa repercussão das novas regras acabou "endemonizando" os cookies.
Entretanto, como vimos, eles são basicamente um recurso para o armazenamento de informações. O problema em si é a maneira como os cookies são utilizados. Essa foi a razão pela qual a União Europeia decidiu impor a regra de consentimento para o uso de cookies. A propósito, até mesmo a União Europeia utiliza cookies em seu site oficial.
Como os cookies podem ser utilizados?
Voltando ao exemplo da Cyberini Store, o site poderia, por exemplo, registrar um cookie que atribui a cada visitante um código (ID) aleatório para identificá-lo sem a necessidade de um cadastro. Então, toda vez que uma pessoa acessar o site, ela será identificada através do código desse cookie. Com isso, é possível coletar informações sobre o comportamento de um visitante específico, mesmo sem saber quem ele é.
Outra possibilidade é utilizar as informações armazenadas nos cookies para personalizar a publicidade exibida no site e recomendar produtos com base nos interesses pessoais do visitante. Foi o caso da história contada no início deste artigo.
Conclusão
Enfim, são várias as possibilidades, mas são os administradores dos sites que decidem como e para o que os cookies serão utilizados. Logo, se eles forem usados para fazer algo considerado ruim, a culpa é de quem os emprega para esse fim.
Bibliografia
Consulte as fontes a seguir para obter mais informações sobre os cookies:
Nenhum comentário:
Postar um comentário